quarta-feira, 18 de abril de 2012

Crítica Literária - A Batalha do Apocalipse - Parte 1

Então, estou lendo este livro "A Batalha do Apocalipse" por três principais motivos. O primeiro deles é que pretendo me divertir, e é isso que um livro de fantasia oferece. O segundo motivo é que o site Jovem Nerd, ao qual acesso diariamente, sempre vivia fazendo uma grande divulgação do livro, então resolvi dar uma averiguada. E o terceiro motivo, é que percebi que todos os livros dos quais eu fiz críticas aqui no blog, nenhum tinha sido muito famoso (com excessão d'O Menino do Pijama Listrado), e resolvi mudar isso com esse livro aqui, que já é bem reconhecido no Brasil e, quem sabe, no mundo.
Então, o único imprevisto foi o número de páginas do livro (586), então resolvi dar uma encurtada na crítica, e escrever sobre o que eu li até agora ( 250 páginas),e fazer a continuação da crítica quando terminar de ler o resto.
Então, lá vai a primeira parte.


Só de olhar para o título e a capa de A Batalha do Apocalipse (ABDA, para abreviar) pode-se perceber que não é um livro que ocorra em uma atmosfera realista.
Os personagens da estória, em sua grande maioria, são anjos, feiticeiros, fadas, entidades, espíritos e demônios. E isso é um ponto que faz com que o livro seja bom. Por ser um livro atual, sem antecessores de seu ator muito famosos, a presença de criaturas conhecidas pelo grande público cria um certo conforto para o leitor. Criar novas criaturas ou raças de criaturas não seria algo apropriado para um autor pouco conhecido, então apostar em demônios, anjos e "lendas antigas para compor sua história" foi uma boa idéia do autor Eduardo Spohr.
Parece apropriado pensar que pelo mesmo motivo de ter usado criaturas conhecidas, Spohr optou por personagens conhecidos. Não são muitos os personagens que Spohr "roubou" da cultura popular, mas os que ele escolheu realmente foram para criar grande impacto na trama, como os anjos Miguel e Gabriel, e o tão famoso Lúcifer. Até a própria "serpente" que tentou Eva a comer a maçã aparece no livro.

A história do livro consiste em uma grande batalha, a maior guerra de todos os tempos, a Terceira Guerra Mundial que, para nós, humanos (seres terrenos) será apenas uma guerra como qualquer outra (tendo a excessão de envolver muitos e muitos países). Mas para os anjos, demônios e seres que possuam um pouco de conhecimento sobre o plano espiritual, será a guerra final entre os que apoiam Miguel na devastação dos seres humanos, e os que são a favor da vida e existência dos seres humanos. E por ser uma "guerra", Eduardo Spohr demonstra toda a sua inteligência em elaborar estratégias ou combates majestosos, dignos de anjos.
E, falando na guerra, é impossível deixar de mencionar a incrível construção de personagens.
Seria impossível mencionar todos os personagens, mas até a parte a que cheguei, os mais principais tem sido:
Ablon: O Anjo Renegado, a história se baseia nele e em sua triste história de ter sido expulso do céu, e no tempo em que passou na Terra, ter conhecido e criado laços muito fortes pela feiticeira Shamira. Como todos os outros personagens do livro, tem a personalidade muito bem construída, nunca variando seus interesses (que, não importam quais sejam, sempre estarão abaixo do interesse de proteger Sahmira), e protegendo sua filosofia de nunca ir cotnra seus ideais de proteger os humanos.

Shamira: A Feiticeira de En-Dor, muito amiga e próxima de Ablon. Também com a personalidade muito bem construída, o livro, até agora, tem consistido em contar histórias sobre ela ou Ablon. Sua inteligência, bondade e lealdade nunca falham.

Miguel: O Príncipe dos Anjos, tem como sua missão inicial proteger o leito de Yaweh (Deus) enquanto o mesmo dorme. Mas o poder a ele conferido foi mal usado, pois, baseado em conceitos que podem ter sido (de certo modo) "roubados de Hitler", ele pretende eliminar os humanos, deixando assim apenas os seres "puros" como anjos, querubins e etc.

Lúcifer: O Arcanjo Negro, é conhecido por todos como O Diabo, pode ser considerado alguém simplesmente que não quer ver Miguel no poder, seja quais forem as circunstâncias, ele quer sempre que Miguel tenha seus objetivos atrapalhados, mas ás vezes exagera, criando males e enfermidades até para outros seres. Por exemplo, a expulsão de Ablon do céu foi culpa sua, tanto quanto a destruição da vida de Amael, O Senhor dos Vulcões.


Ainda focando no Universo criado pelo autor, é válido dizer que ele fez algo invejável  - Não precisou criar um mundo novo para introduzir seus personagens.
Muitos escritores, na verdade a maioria deles, quando resolvem criar um livro de fantasia, precisam criar um mundo inteiro, para que não façam mudanças no mundo real muito grotescas, e assim nasceram os universos de Nárnia (C.S. Lewis), Terra Média ( J.R.R. Tolkien) e, parcialmente, o mundo bruxo (J.K. Rowling).
Mas Eduardo Spohr foi inteligente, criativo e conhecedor do cotidiano o suficiente para introduzir todas essas criaturas e acontecimentos surreais no mundo real, sem alterá-lo de modo algum, e isso é uma façanha incrível, que poucos autores ( como Rick Riordan) conseguiram criar com êxito (não desmerecendo os autores que criaram seus próprios mundo até porque, pelo menos os que eu citei, são geniais).

Então, resumindo, A Batalha do Apocalipse tem um autor inteligente, uma história que envolve todos os tipos de público, personagens bem construídos e cenário mais característico impossível.
Um livro tão bom que nem parece brasileiro.

Enfim, essa foi minha "primeira impressão" do livro, e, assim que terminar a leitura, a continuação da crítica estará aqui, "ao vivo e em cores" .


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